Sabe aquela história de que quem
brinca com fogo acaba se queimando?
Pois bem... Tem momentos que
temos plena certeza de que damos conta do recado. Tudo começa muito bem e chega
uma hora que parece que vai desandar, parecer não quer dizer que vai e como
somos brasileiros e não desistimos nunca, vestimos uma segurança imaginária e pulamos
na fogueira... mais uma vez nos deixamos queimar.
Queimadura de qualquer grau dói.
Se queimar sabendo que poderia ter evitado o acidente dói mais ainda. Se
queimar sabendo que se jogou no fogo sem nem ter tentado se proteger dói também.
Saber que se jogou na fogueira sem necessidade é desesperador. Queimar mais de uma vez o mesmo lugar, dói a dor da queimadura e da falta de cuidado que tivemos conosco.
Há quem se queime testando seus
limites, há quem se queime por acreditar que as coisas podem ser diferentes, há
quem se queime por não conseguir aceitar o que lhe foi posto.
Hoje acordei queimada... por
dentro e por fora.
E só cabe a mim cuidar dessa
marca que ficará. Só eu saberei o quanto essa cicatriz ficará feia. Apenas eu
carregarei essa escolha.
Há um tempinho atrás estava
divagando sobre os efeitos que as pessoas trazem a minha vida e, como Sartre,
também achava que o inferno eram os outros. Talvez eles sejam mesmo... mas isso
não tira de mim a responsabilidade de ter me deixado ser atingida por eles. Sou
eu quem permito o que entra e sai da minha vida.
Quem me queima, me queima porque
não me cuidei o suficiente. Se alguém me fere, foi porque, em algum momento permiti que essa pessoa
estivesse próxima demais do que é valioso pra mim mas pode não ter importância
alguma pra ela.
Não posso viver me culpando pelo
o que os outros fazem, sei disso. Mas também não posso fingir que não estou
vendo o quanto tenho sido usada como objeto para sublimação de outrem.
Não me leve a mal... eu só não
poderia estar te levando tão a sério.