terça-feira, 30 de novembro de 2010

Novos rumos

É chegada a hora que ansiamos e que no fundo tememos. Há um tempinho atrás olhávamos para o futuro como se ele ainda fosse demorar muito para chegar. De longe sonhávamos com algum lugar.

A partir de agora, não há mais obrigações e também não há mais malandragens. Perdemos o direito de ter preguiça, de não ir, de não fazer, de não querer, de reclamar... perdemos a mordomia do chinelo, da bermuda, da cara de sono, de ir embora, da falta de noção... E os atritos? As alegrias? Os alívios? Também se foram...

Porém não é hora de lamentos. O momento é de comemoração. Acabou!

Deixaremos na memória os dias passados e para sempre nos lembraremos daquilo que nos foi ensinado. Sentirei saudade desses anos que tanto me mudaram, das pessoas que tanto me marcaram... pois sabemos que por mais que nosso desejo seja o de nos mantermos unidos, a vida naturalmente nos leva a outros lados.

Mas não é o fim, é apenas uma entrada para os novos tempos que virão. É só mais uma etapa vencida para a vida que queremos e teremos amanhã.

domingo, 28 de novembro de 2010

O que eu também não entendo

Já faz um bom tempo que eu estou na fila de espera.

A todo momento alguém passa na minha frente e leva o que poderia ser meu.

Tento acreditar que o que é meu está guardado e que se não foi é porque não era para ser.

Difícil, pois o tempo todo percebo que falta um pouquinho de mim para que dê tudo certo.

Me pego sabotando meus desejos frequentemente.

Existem coisas que ainda não sei assumir nem quando estou sozinha no escuro.

Negarei até o fim a minha vontade de ser igual a todo mundo e continuarei afirmando que nunca quis o que não tenho.

E vou esperando para ver o que o destino tem reservado para mim.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

2011

E lá vem o ano, acabando de novo. Daqui 35 dias será 2011 e como faço todo ano, novamente me pergunto: o que é que eu fiz esse ano?

Pergunta difícil essa, toda vez que penso em respondê-la me pego com um vazio na cabeça. Aí a primeira resposta é sempre "Nada". Nada de novo e nada de novo. Mais um ano e eu não fiz nada, mais um ano e nenhuma novidade.
Mas esse ano é diferente. 2010 foi turbulento, ameaçador, cheio de desafios, medos, incertezas, realizações e alegrias.
E 2011 será ainda mais diferente. Fechei mais uma etapa da minha vida em 2010 e em 2011 a regra será abrir novas portas, buscar novos ares, seguir novos caminhos.

No próximo ano espero colocar em prática tudo que deixei passar este ano por falta de tempo e/ou preguiça.

Neste novo ano que se aproxima espero ter espaço para ser eu, para fazer o que gosto, para ser mais amiga dos meus amigos, para aprender coisas diferentes, para ler os meus livros, para ir mais ao cinema, para fazer nada, para viajar, para descansar, para emagrecer... (ih, acho que vou ter que ficar rica em 2011)
E como em todo ano novo, para que meus desejos se realizem, não vou comer lentilha, nem vestir branco, nem pular sete ondas, nem oferecer nada para Iemanjá... para tudo que eu espero se concretizar, eu vou colocar a mão na massa e parar de reclamar.

E que venha 2011!!!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Silêncio traidor

Minha vontade era de falar o que você realmente merecia ouvir: covarde.

É isso mesmo, no sentido literal da palavra, quem não tem coragem, que mostra fraqueza de ânimo, medroso... isso tudo elevado a um nível tão alto que chega a ser um traidor.

Mas mesmo se eu falasse, de nada adiantaria, você se considera muito acima, muito sensato, muito correto... timorato (medroso por escrúpulo, ou pelo excessivo temor de Deus, que receia errar, acanhado, hesitante), pois devo lhe dizer que toda essa máscara esconde um infeliz omissor.

Toda essa certeza que tem de que sempre faz o melhor, não passa de soberba. Falta de humildade para mostrar suas fraquezas.

Não sabe valorizar o que realmente tem valor, não impõe respeito, não tem presença, não tem força para lutar, não tem amor próprio... aqui, terei que assumir a minha covardia: cobro de alguém um amor que esse próprio alguém não tem nem por si.

É doído ter que ver alguém ir morrendo aos poucos por falta de amor. Dói pensar que tem gente que entra na guerra para entregar as armas ao adversário. Dói ver que nem pelos outros essa pessoa se supera.

Quando estamos numa batalha, lutamos por um ideal comum, nos ferimos por uma causa, vamos até o fim unidos na certeza de que estamos a fazer o melhor.

Mas, contudo, porém, entretanto, toda via, existem soldados e Soldados. Existem os que nasceram para viver e os que nasceram para morrer, existem os que se entregam e os que lutam até o fim, existem os que dependem das armas e os que entram com o coração, os que vão por amor e os que vão por obrigação.

E como tudo na vida está sujeito ao equívoco, a batalha às vezes consagra o herói errado, a justiça às vezes defende o bandido e as pessoas às vezes se destroem pela paz enganosa do silêncio.