terça-feira, 27 de novembro de 2012

Medianeiras

Se, para você, o meu cantor favorito diz muito sobre mim, devo lhe dizer que saber tudo que você não ouve, me faz te ver melhor. De todos os filmes que você gosta, nenhum poderá denunciar tão bem seu modo de ver a vida como aqueles que você desconsidera. De tudo que tenho dentro de mim, só o que me falta é que tenho certeza.

Dizem que abrir a janela é o segredo para viver melhor a vida. Eu costumo fechar portas. Entre subir pela escada ou elevador, eu fico com o permanecer no térreo. Não sei bem se estas escolhas são feitas conscientes ou inconscientes. Minha fobia aparece só de pensar que as possibilidades não cabem na palma da mão.

Se, ao procurar Wally só encontro João, Maria ou Tião, logo resolvo fechar o livro e me perder também...

Tem uma música que diz que "nada é por acaso e nem precisa ter razão", o sentido das coisas se dá ao não procurarmos sentido para elas.

Se eu soubesse o quanto podem gostar de mim, não teria motivos para me esconder. Assim como você também se esconde por medo de não agradar. Por mais que tenhamos uma cama quentinha, tem dias que o frio que nos congela não está externo ao cobertor.

Se ainda insistimos em ligar, mandar mensagem, email, recado (e tudo que a tecnologia nos possibilita) é porque ainda nos importamos e preocupamos e desorientamos com as respostas e/ou falta delas. Mas, será mesmo que as queremos ouvir?

Percebo em mim o seu espanto, espanto em mim seus receios, receio em mim seus encantos, encanto em ti meus preconceitos.

O mundo ainda gira, o sol ainda nasce e a lua ainda enfeita o céu. Até quando ficaremos presos nas mesquinharias de provar quem somos para quem não quer nos ver? Por que ainda iremos esperar o telefone tocar se, na verdade, esse é só mais um mecanismo para nos decepcionar?

Não estou tão certa de que o céu é o limite...

sábado, 17 de novembro de 2012

Pra não dizer que não falei das flores

Depois de algum tempo, as coisas vão aos poucos sendo esclarecidas...
Não vou dizer que já sei as respostas que tanto procurava mas, quero deixar registrado aqui esse momento. A chance de eu voltar aos velhos pensamentos é grande... porém não vou me prender nisso agora.

Ao longo deste ano tentei resgatar as partes boas do que eu era e deletar o que há de ruim em mim, logicamente eu não consegui. Não é simples.

Mas quer saber!? Melhor assim, pude perceber o tanto que sou ingênua ás vezes... é muita falta de maldade achar que se pode mudar uma vida inteira em um ano.

O melhor de tudo é saber que daqui a pouco terei mais 365 dias para resolver novas pendências... e vou me dar o luxo de deixar tralhas inacabadas ou mal acabadas aqui em 2012. Não é recalque não... só cansei.

Muita água passou por baixo da minha ponte desde janeiro... águas lamacentas e poluídas contaminaram as puras, no meio do caminho, uma estação de tratamento deu um "up" na situação desse rio e, quando me dei por mim, novembro abriu suas portas e trancou tudo lá fora...

Doce Novembro! Esse que vem vagarosamente atualizando os velhos programas e instalando os lançamentos do momento... é muito aplicativo novo para uma máquina velha. Daí a necessidade urgente de uma formatação, não cabem mais aqueles arquivos antigos aqui. Vou fazer um backup só para evitar casos de arrependimentos futuros, duvido que vou precisar deles algum dia, mas... 

Se ainda não entendeu o que estou tentando dizer, não tem problema. Dezembro há de confirmar as prioridades do próximo ano. Só não venha me dizer que não avisei...

Feliz 2013 pra você também!

domingo, 4 de novembro de 2012

Mar Morto

Foi quando eu falei: 
Daí veio todas as forças que tinham ido embora. Coloquei uma ideia na cabeça e um a estratégia no papel. 
Chegou a hora. Não dá mais para esperar.
Não sei se dá para ser sutil nessas horas. Nunca vi ninguém chutar o balde educadamente.
Agora vou esperar meu nível de coragem subir para dar o primeiro passo...
Hoje percebo o quanto é prejudicial você não viver as fases da sua vida no momento certo. Saí pulando um monte de coisa e agora me sinto uma retardada. Totalmente jogada num tempo que já se foi, esperando por coisas que não aconteceram antes e que não fazem mais sentido, mas que quero muito. Queria mais ainda que fosse possível fazer o tempo voltar. E ligar cada pedacinho do passado que ficou solto no ar. Tantas cenas para serem regravadas que já penso em novos personagens e cenários...
Ainda não sei se isso tiraria de mim o que me faz ser eu.
No fundo acho que me perdi em meio às regras e padrões que a sociedade impõe.
Se em todos os dias de sol eu acordasse de bom humor e nos dias de chuva tivesse algo para comemorar, eu seria mais feliz. Se eu dormisse pelo menos até às 9h todos os dias e se as noites não tivessem hora para acabar, acho que sorriria bem mais.
Ouço de longe tudo que me enfurece. Os elogios soam tão baixos que mal chegam aos ouvidos.
A facilidade de ver as coisas dando errado chega a ser irritante. O que dá certo passa tão rápido que logo vira outro erro.
Vamos por partes: primeiro preciso de um balde, depois de um impulso para chutá-lo... depois do chute, precisarei de pernas para correr para bem longe. Se tudo der certo, me fixarei no longe, se não der, volto com o rabo entre as pernas. Volto para o mar morto e enterro de vez minhas esperanças.