domingo, 21 de outubro de 2012

Fé em Deus


É verdade! Eu nunca me desliguei disso tudo. Nunca perdoarei quem fez da nossa vida essa mentira. Minhas lembranças são todas falsas histórias felizes... Tudo o que vivemos não era o que parecia ser... (e eu que achava que só nas novelas existia tanta maldade familiar...me enganei!) Além daquilo que todos sabem, perdi também meu chão, minha educação e a vontade de viver. Não quero mais ter que ver isso se repetindo. Não quero, não preciso e não vou! O problema é que sou obrigada e ver e escutar vez ou outra fantasmas que estão mais vivos do que eu. A ordem da vida foi invertida: os fantasmas vivem e os que deveriam estar vivos só morrem... Eu a cada dia que passa morro bem mais do que deveria. A esperança toda já se foi, a alegria está no seu mais baixo nível e toda aquela vontade de fazer do mundo um lugar melhor, sumiu. Em mim, encontro dor, toda dor do mundo... Queria dormir e não acordar mais... Sou só tristeza e amargura. Tiraram de mim o que me fazia brilhar e depois de muitos anos procurando, descobri que isso que me roubaram não vende em loja nenhuma. Acabei descobrindo que tudo o que quero não se acha nesse mundo. Por isso quero tanto ir embora. Essa história de que no fim dá tudo certo, eu não acredito mais... é impossível que coisas tão ruins possam ser apagadas ou reconciliadas para que vivamos o "Felizes Para Sempre". Já ultrapassei todas as fases: otimista, pessimista e realista... Pensei em entrar na suícida mas sou muito careta e medrosa para tal... então vivo aqui minha fase infeliz e sem grandes expectativas. Duvido muito que conseguirei emagrecer o tanto que quero, pagar todas as minhas dívidas e dizer tudo o que está calado para certas pessoas. Então, espero que a morte me encontre de forma brusca e repentina, para que eu vá sem sofrer nem chorar mais.


Ir além

Tenho aqui guardado um abraço daqueles demorados para dar, dias e mais dias de conversas sobre o nada e discussões sobre política, futebol e religião... Tenho convites ilimitados para ir ao cinema, comer batata frita e tomar sorvete. Tenho também um pouquinho de tempo para rir, escutar e, se for preciso, chorar...

Não é muito o que tenho a oferecer, eu sei. Mas quem sabe se me der um pouquinho do que tem, depois eu devolvo em dobro?

Sei bem das tantas diferenças que nos distanciam, mas não é sempre assim, pois sei também que temos muitas semelhanças que, por vezes, tentamos esconder.

É engraçado como as coisas funcionam. Tudo que tento fugir fica aparecendo nas músicas, filmes e novelas que vejo. 

Tem coisas que me irritam profundamente mas que perdoo facilmente dependendo de onde vem a provocação. Tem coisas que pouco me importam mas que elevam meu sangue de uma hora para outra quando vem de quem não deveria vir.

Ah! Só queria curar esse monte de imperfeições que me rodeiam (e me odeiam)...

Ainda preciso aprender que o que eu gostaria que fosse nem sempre será. E que se eu não me permitir ser livre, ninguém mais nesse mundo permitirá!

Eu Vulcão

Não consigo ouvir música nenhuma sem lembrar... os filmes me levam sempre ao mesmo pensamento. Ainda não sei se posso chamar isso tudo que sinto de arrependimento. 

Ouvi dizer que destino não existe... isso é assustador! Se sou plenamente responsável pela minha vida e meu futuro, quer dizer que a culpa de tudo que deu e ainda dá errado é minha.

Já faz tempos que estou tentando descobrir que caminho foi esse que escolhi. Achava que não tinha tido escolha, mas se meu destino é exclusivamente consequência das minhas atitudes, alguma coisa eu fiz (ou deixei de fazer).

O problema é que sempre me senti como me sinto hoje: presa numa coisa que eu não sei o que é.

Até quando esse monstro vai morar dentro de mim?

Perdi as contas de quantas vezes tentei mudar tudo. O que sei é que nunca deu certo.

Sinceramente não sei se é realmente possível viver uma vida diferente da que tenho levado desde sempre...

sábado, 20 de outubro de 2012

Escória

Não escolhi viver no lixo. É o lixo que me escolhe a cada dia... por mais que corra dele, tem sempre uma cilada a me esperar.

Não vejo saídas.

Tem dias que já acordo com a revolta entalada na minha garganta, tem dias que acordo esperançosa... mas ao dormir percebo que a esperança já não está comigo.

Dormir... nem sei se é bem isso que tenho feito. Se durmo e sonho que estou trabalhando, isso conta como hora extra?

Continuo querendo sumir no mundo e fugir de mim mesma... não tenho coragem...

Queria ter força suficiente para mudar tudo isso.

Ainda não tenho!

Quem ou qual será o impulso que vai me elevar ao cargo de ser gente?

Rastejar e viver na lama não têm me ajudado em absolutamente NADA!

Até quando vou continuar camuflando tudo isso que tenho aqui dentro?

Todos os dias despejo ali o que tenho no coração. Restos do que eu nunca fui. Partes do que nunca serei. E novidades que escondi até ficarem velhas.

Sabe o que me sobrou? Só eu. Sem nenhum enfeite. O nu e cru mais desesperador de todos os tempos.

Já cansada e destruída, ainda sou obrigada a conviver com o que conheço de pior: eu mesma.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Quem somos nós?

Inúmeras vezes nossa vida se confunde com o mundo. Tomamos Coca Cola, vestimos Vide Bula, calçamos Adidas... Todos os dias somos engolidos pela mídia e aceitamos isso sem falar nada. Por que?

Ao invés de comermos o que é mais gostoso e vestir o que é mais confortável, seguimos como cordeirinhos das grandes marcas. Com investimentos indecentes em propagandas de todos os tipos (televisão, rádio, cinema, outdoor, e os famosos desfilando por aí...), eles nos convencem de que pagar bem mais caro vale apena e te faz ser parte da sociedade.

Se a gente conseguir entender que ser bonito nem sempre é ter um corpo sarado e que cuspir dinheiro para todo lado não é a solução para tudo, talvez, futuramente seremos um pouco mais felizes.

Ter dinheiro, conforto e usar roupas legais é muito bom, mas virar uma propaganda andante, ser refém de alguma ou algumas marcas não vale a pena. Pra quê investir tanto no que está por fora, se por dentro é tudo oco? Para compensar o vazio? 

Que a gente apenda todos os dias a conquistar os outros pelo que somos e não pelo que temos.

(Texto escrito em 08/05/2007)