terça-feira, 26 de novembro de 2013

Vício

Bem mansinho, feito um passarinho vem chegando...
Já é um furacão.
Lentamente traz a paz que eu tanto quero...
Inquietação.
Sorrisinhos espontâneos, aquela alegria gostosa...
Choro, dor e saudade.

Tudo se mistura aqui. Sinto o mundo dentro de mim.

Gosto da sensação leve que chega nessa brisa de esperança.
Meu coração se inflama, quer mais.
Mas rápido demais tudo volta para a caixinha da ilusão.
O ardor dói e me joga de volta ao início.

Haja destino pra ser perseguido...

Sinto as coisas pipocarem por aqui. 
Nada está no lugar, mas ao mesmo tempo, estão onde deveriam estar. 
Já sabemos bem o que está acontecendo... 

Neste momento me seguro para não jogar tudo por água abaixo. 
Agarro com as unhas algo impalpável. 
Não posso perder tudo agora.

Quero gritar mas sei que é hora de calar.

Dizem que tem sempre o momento certo para tudo. 
Futuro.
Esperar até o desenrolar da vida me enlouquece.
Ansiedade.
Querer o impossível me desafia.
Sina. 

Me espere! Me encontre! Me ajude! Facilite!
Não é mais segredo.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Quem você escolhe ser?

Tem dias que as coisas estralam na minha cabeça tão naturalmente que parece até que eu já sabia desde sempre disso: ser feliz é ser simples, é ir atrás do que se quer, é valorizar o que se tem. 

Não só de chegadas se faz o caminho... na realidade o que nos encanta é a estrada.

É enquanto estamos no percurso que o sol brilha mais forte, a chuva refresca e as paisagens nos cala. É durante o trajeto que a vida acontece.

Talvez seja mesmo difícil de viver e viver bem e viver como se quer... mas talvez o difícil está em se colocar num lugar onde é preciso, além de viver, agradar. Fomos criados para sermos aceitos, mas não existe maneira de sermos de fato aceitos se não somos quem queremos ser. (O mais importante é se aceitar.)

A vida vai passando e aqueles sonhos loucos que você tinha na infância e na adolescência vão sumindo. Você vai aos poucos esquecendo quem você é...

Mas chega sempre um momento que a vida te coloca cara a cara com você. E você fica numa encruzilhada: ser o que esperam que seja ou ser o que realmente quer ser? 

Quando optamos pela primeira opção, geralmente, estamos visando a felicidade e a aceitação do outro. Por dentro pode estar tudo péssimo, mas tenho um bom emprego, uma família que tira foto junta e amigos que me chamam pra beber no final de semana. E tudo isso pesa muito! Pesa tanto na escolha: ser socialmente aceito é bom! quanto na vida: carregar esse fardo de manter as aparências é bem difícil!

E tem a segunda opção: ser feliz como você é com o que se tem apesar dos pesares. No mundo atual fica complicado: nos dizem sempre o que comprar, o que comer, onde morar, com quem casar... Mas precisamos lembrar que a paz verdadeira vem de dentro. Estar em paz consigo mesmo é a melhor maneira de estar em paz com o mundo.

Escrevi tudo isso para poder falar sobre voltar atrás, sobre dar o braço a torcer, "pagar língua"... Se assumir é correr o risco de fazer o que antes negou e ter a chance de se sentir a pessoa mais feliz do mundo, mesmo que seja só por um segundo!

Lembre-se que todos os dias que Deus te dá a oportunidade de abrir os olhos após uma noite (boa ou ruim ) de sono, Ele também te dá o presente de mudar suas escolhas, de se refazer, de se encontrar. Não desperdice seu tempo! Vá atrás do que te move!


Obs: o meu segundo post desse blog há 5 anos atrás (como passou rápido!) foi sobre pagar língua, acho que encaixa no assunto de hoje também: http://piensitasquecoiso.blogspot.com.br/2008/11/aqui-se-fala-aqui-se-paga.html


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Crê Ser

Ela era a sua menininha: bonitinha e teimosa. Sempre cheia de razão, chorando sem motivo e brincando com o perigo. Coisa de criança.
Chegou o tempo de crescer, mas ela se negou. Não conseguia ser mais que uma menina chorona. Ela só queria ser a sua menininha... e você esperava bem mais.

Aquela criança trancada num corpo estranho foi se machucando. Cobravam dela a postura da mulher que ela aparentava ser. Ela sofria. Queriam que ela se vestisse, falasse, saísse, vivesse de forma condizente com o que era... E ela ainda não era o que todos viam.

Mas chega uma hora em que as coisas precisam mudar. Ou mudam sem que haja muita escolha. Ele se foi e levou tudo. Ela ficou. Se viu sem berço. Quem vai colocá-la no colo? Cantar para que se acalme? Fazer gracinha para ela rir? Protegê-la e velar seu sono? Quem vai buscá-la quando estiver em perigo? Levá-la para passear? Contar histórias e brincar? Brigar e ensiná-la a ser melhor?

Ela agora está sozinha e não tem nenhum braço para lhe abraçar, nenhuma voz para lhe ninar, nenhum olho pra lhe vigiar.

Terá que mudar.

Ela tenta. Coloca máscara, veste capa, ensaia palavras. Nem sempre dá certo.

Ela tenta. Chora escondida, foge dos amigos, anda sem rumo. Nem sempre dá certo.

Ela tenta. Faz planos, conhece pessoas, busca conhecimento. Nem sempre dá certo.

Ela tenta. Ri sem motivo, compra coisas que não usa, joga fora suas lembranças. Nem sempre dá certo.

Ela tenta. Arruma seu quarto, ouve música, escreve. Nem sempre dá certo.

Ela tenta.

Um dia dá certo. Nos outros dias não.

Mas ela tenta. Uma hora tudo se resolve. (Ou não.)

domingo, 17 de novembro de 2013

Lar (doce?) lar

É impressionante ver o prazer que têm quando me tiram do sério. Deve ser engraçado, divertido... Cada um com o seu "dom". Conseguem tirar de mim sempre o que tenho de pior. Como pode alguém que divide o teto com você gostar tanto de te deixar numa situação desagradável? Parecem nunca estar satisfeitos com o que tenho a oferecer, querem sempre mais... e quando nada mais existe, me roubam de mim. Consigo odiar vocês com tanta força, que volto a me sentir um monstro. Volto a ser o monstro que sempre me atormentou. O monstro que passei anos tentando matar, está mais vivo que nunca. Me desespero só de pensar que não consigo segurá-lo. Tento o máximo que posso, mas ele é muito mais forte que eu. Odeio vocês e me odeio por deixá-lo aparecer. O que gostaria que entendessem é que eu não sou essa. Essa é apenas a Aline que preferem que eu seja. Não sei porque é tão difícil me verem como alguém normal. Tenho sempre que carregar os piores rótulos, os títulos mais horríveis, as lembranças mais desagradáveis. Me marcam pelo que não quero ser. Me espremem até sair o que escondo. Lutei anos para acabar com isso e hoje vejo que não querem que isso acabe. Preciso aprender que sou melhor longe e sozinha. Preciso tomar vergonha na minha cara e caçar meu rumo. Sem ninguém, sem família. Preciso respeitar meus limites. Não dá mais pra me ferir todos os dias, não dou conta de tanta hemorragia. Dormir sangrando e acordar com alguém cutucando uma ferida que não vai cicatrizar só me deixa mais fraca, mais angustiada, mais infeliz, mais ranzinza. Quero outra vida pra mim e nela, vocês são só visita. Talvez Sartre me entenda, afinal de contas, o inferno são os outros.

sábado, 9 de novembro de 2013

E vejo flores em você!

Já reparou como é difícil fazer o que se quer quando se quer?
Já reparou que por mais que você tente é muito difícil ser você inteiramente?
Já reparou como que as "vozes " da moralidade estão sempre gritando nos nossos ouvidos?

Não importa como foi o dia, a noite você vai parar e pensar no que faltou. Não importa como foi a noite, ao deitar iremos sempre pensar no que devíamos ter feito.

Comigo é sempre assim. Já no caminho pra casa minha mente começa a acelerar e me deixar louca de arrependimentos. Na minha cabeça pipocam situações e palavras que eram possíveis e que eu não tornei real.

Costumo me podar para não estragar as coisas... mas essa poda exagerada tá me impedindo de florir.

A estrada está aí para ser vivida. Já dei o primeiro passo! Onde eu for, quero flores!

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Loucura

Eu sou só amor e dor. Enquanto tudo dói dentro de mim, choro a saudade de amores que não voltarão. Vejo o amor que não senti quando devia, o amor que deixei partir, o amor que joguei fora, o amor que não deixei sair... E a dor vem estralando todo o amor que não soube viver. Dói latejando a alma o que tive medo de ser... Escuto os que foram antes de eu dizer o que sentia verdadeiramente. Vejo os vultos dos amores que desperdicei. São eles que me ninam antes de dormir, são eles que passeiam nos meus sonhos e pesadelos sem a menor pretensão de partir, são eles que me assombram quando a noite já é dia e quando tento ter vida. Meus companheiros, meus conselheiros, meus amados, meus demônios, meus segredos, meus desencontros, meus enganos, meu maior tesouro... para sempre meus (mesmo que só nos sonhos)... Dói em mim todo amor que sonhei. Dói o amor que eu não gastei. Amor que dói sem eu sentir, dor que me prende no feitiço dos amores que não serão. Amo a dor que me corrói. Dói o amor que me destrói. 

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Fanatismo

Depois de escolher a geladeira, a máquina de lavar e os travesseiros foi a hora de abrir mão daquela escolha.
Deixou de lado o que poderia ter para ter o que já poderia ter deixado de lado.
E o que restou colocou num saco.
Mandou de volta o que não tinha mais troca.
Usou, está usado. Não adianta arrepender do combinado.
Tentou disfarçar. Fingiu que se importava com o que estava acontecendo.
Na verdade não, ninguém finge por muito tempo.
Voltou a ser o que era. Achando que isso não pesaria outras esferas.
Pesou. Nem ligou.
Há quem diga que não deveria se importar, outros pensam no que ainda virá.
Vai viver.
Se acabar.
Mas sabe bem, não fez o que deveria, não foi diferente.
Não cumpriu com o que prometia.
Meteu os pés pelas mãos por pura ironia.
Vai pra longe. Fuja de si.
Construa seu castelo, coloque muralhas e arme sua gente.
Tempos difíceis ainda virão.
Só não poderá se proteger da memória e de sua própria razão.
Se prepare. 
O mundo gira e não tem como se esconder das punições do destino. 

domingo, 13 de outubro de 2013

Surreal

Menos um sábado. Mais uma vez aqui fazendo planos que não vou concretizar. 
Menos um dia. Mais um pesadelo.
Olhe para mim. Não foi bem essa a vida que esperava aos 25.
Estou perdida no mundo que eu mesma construí.
Perdi o mapa do meu tesouro.
Ontem ao me deitar percebi o quão vazia estou.
Me encho de qualquer coisa por um período curto de tempo.
Depois tudo se vai... 
E me deito sozinha com esse monte de nada dentro de mim.
Um nada que vem ocupando o espaço das coisas que verdadeiramente importam.
Um nada que vem me ocupando.
Um nada que vem tomando o meu lugar.
Um nada que está me matando.
Um nada que eu simplesmente não consigo me livrar.
Deito e a cabeça se enche de tudo que não quero mais lembrar.
Levanto com a ressaca dos maus pensamentos. 
Passo o dia tentando fugir disso que está dentro de mim.
No fim do dia lembro que tudo isso não é nada.
Passo o dia pensando em coisas que não existem, e elas me consomem.
O dia acaba e eu não tenho mais nada, mas ainda estou cheia...
Estou farta. Exausta. 
Quero meus sonhos de volta!
- Memória! Pare de persistir no que é só perda de tempo.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Esqueça!

Quantas coincidências formam uma certeza?
Quantos sonhos preciso sonhar para viver a realidade?
Existe no mundo algo que garanta a felicidade?

Quis escrever. Só quis... 
Guarda as palavras para a volta.

Triste viver de esperas.
Triste mesmo é viver de meras probabilidades.
Mais triste ainda se condenar a tristeza por colocar a alegria na mão de alguém que se alegra longe de ti.

Liberta-te.
Esteja livre do que te prende.

Cada segundo direcionado ao choro, só te impede de viver as alegrias que lhe são oferecidas.

Cabeça erguida, sem olhar para trás. O que vem pela frente é o que importa.

Pode ir. Vá. 

Vá! 

Lamentos não se transformarão em volta.
Medos não trazem o que já se foi.

O que há de vir, ficará parado até que se permita as idas.
E quanto menos vem, mais dói.
Quanto mais dói mais prende.
Quanto mais prende mais amedronta.
Mais medo mais retrocesso.
Mais paradeiro.
Mais lágrima.
Mais dificuldade.
Mais distância.
Mais ilusão.
Mais dureza.
Mais muro.
Muralhas trazendo sombra.
Sombras cheias de frieza.
Frio de gelar a alma.
Alma que se congelou na espera.
Espera do que não vai chegar.
Chegada que não se deixou ir.
Ida que parou a vida.
Vida que não é mais vivida.

Faça um trato. Desfaça o orgulho. Se livre dos retratos. Vista roupas novas e use um batom. Desenhe nos lábios o antigo sorriso, se preencha com palavras coloridas, ouça a voz que ainda acredita em você. Prometa que vai subir no salto, esquecer os estragos e soltar os cabelos. 

Voe mais alto. 

Se o tombo for maior, que valha a vista paradisíaca.

Vá você também. E se nada se acertar, volte.
E se acertar, se esqueça.


terça-feira, 8 de outubro de 2013

Acabou, Nada...

No marco do passado, seu jeito ajuizado te prendeu no mal. Mal vivia, mal sorria, mal pensava... Mal humor, mal no amor... Maldade essa que te prendia. Sempre com a visão correta, a maneira certa, a forma mais adequada. Um robô da sociedade moderna. Robozinho das posturas e costumes esperados. Robotizou até os sentimentos para facilitar a vida. Virou bobo da corte. Refém da falsa alegria. Fez muitos rirem de seu jeito desajeitado, das brincadeiras inusitadas, das piadas bem contadas... Riram tanto que te feriram. Passaram por você sem lhe dar uma brecha para nascer. Você: coisinha sem nome, supérfluo de quem te consome. Você: abelha sem ferrão, circo sem anão. Você: grão de areia na praia, gota de água no oceano. Você: luz acesa em dia claro. Vai passar e desaparecer sem nunca ninguém perceber.

Luz

Decidi que iria e fui. Nada aconteceu como planejei. A situação me deixou desconfortável. Por mais que estivesse onde queria estar, alguma coisa dentro de mim não estava batendo bem. Não era assim que eu queria.

O que eu queria, não tive. Tentei de novo. Não daria certo. Sozinha isso não era possível.

Inesperadamente tudo mudou. Não dava mais para continuar.

Fui então pensar no que dava pra fazer com o que tinha. Não dava pra fazer muito, mas também não era motivo para não fazer nada. Entreguei o que tinha nas mãos de quem sabe o que fazer na hora certa. Não sou disciplinada e isso é péssimo. Tive que aprender a conviver com castigos. Enquanto a maioria dormia fui mergulhar no que me faltava.

Aprendi a me castigar e colher os frutos das minhas metas. Aprendi a me presentear de verdade quando eu merecia. Aprendi a esperar. Aprendi a carregar o peso de ser eu. Aprendi a ser eu. Aprendi a viver com o que eu tenho. Aprendi a querer o que me faz bem. Aprendi a me fazer bem. Aprendi a me aceitar e a superar minhas expectativas. Aprendi a me amar. Aprendi a ir atrás do que quero. Aprendi a ser feliz. Aprendi a me poupar. Aprendi a aceitar as circunstâncias. Aprendi a respeitar meus limites. Aprendi a viver.

Aprender a aprender foi o meu maior aprendizado. Apreendi. Prendi. Absorvi. Assimilei. Compreendi. Tomei posse.

Sou hoje aprendiz de mim mesma, da minha vida, das minhas vitórias, dos meus medos, dos meus sonhos.

E você? Já aprendeu alguma coisa?

domingo, 6 de outubro de 2013

Pesa, dê-lo

Depois de muito chorar, pedi a Deus uma resposta e ele me deu uma noite de sono. Ao acordar de manhãzinha, lembrei que era sábado e podia aproveitar mais da minha cama. Caí no sono mais uma vez. Quando saí do nível consciente, você entrou. Não estava te esperando. Minha casa não era a de hoje. Chão batido e madeira. Minha família tinha saído, mas não demoraria a voltar. Logo que te vi, nem pensei, fui atrás do abraço que tanto queria. Tentei falar, perguntar, explicar... nada. Tudo estava no seu devido lugar, não cabiam palavras. Não me disse onde estava nem porque resolveu aparecer. Eu estava feliz, feliz e receosa. Como sempre, não sabia o que fazer. Fui vivendo e agradecendo o momento. Ouvi um barulho, o movimento era claro, o pessoal tinha chegado. E como nunca tinha visto, tudo estava normal. Era eu quem não sabia que aquilo tudo era sempre assim. Eu que estava perdida, me achei rápido. Era tudo o que eu queria. Acordei com os olhos mais inchados do que de costume. Olhos que denunciavam minhas lágrimas. O coração ainda estava apertado. A esperança voltava a bater na minha porta, pedi a ela que esperasse um pouco mais. Não posso receber outra falsa esperança que se despede quando eu mais preciso. Levantei, escovei os dentes e fui tentar esquecer a vida que eu queria ter.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Reis

Tem dias que sei que o pior já foi, tem dias que o pior volta.
Sinto em mim um grande rebuliço quando tento tento avaliar o que me restou... nada restou.
Foram tantos sinais de alerta que achei que eram foguetes para comemorar, me enganei outra vez.
Faltam três meses para o ano acabar, mas pra mim já acabou tem um tempo. Meu 2013 acabou antes de começar...
Tudo aquilo que vivi e superei foi enterrado. 
Tenho tentado, mas não consegui ainda me convencer que é isso que me foi destinado. Não posso aceitar uma história definhada, uma vida esfarelada.
Tenho muitas conquistas acumuladas, mas nenhuma delas consegue me satisfazer.
Consigo tudo o que quero, basta eu querer de verdade que o que eu quero é meu. Sempre foi assim. E mesmo assim nunca me resta nada.
Não consigo perdoar o que me despedaça. Tento fingir que nada está acontecendo...até finjo... mal mas finjo... e fingindo, tudo que estou escondendo aparece.
É desesperador não ter pra onde correr. E eu não tenho.
Não existe um caminho para eu seguir, não existe uma palavra que possa me acalmar, não existe abraço algum que me conforte. 
E eu só queria entender porquê.
Por que é que eu tenho tudo e não há nada que me prenda aqui?
Por que é que eu só quero o que está muito distante de mim?
Cabe em mim tudo que eu hei de conquistar e na minha mala levo tudo o que já perdi.
Três meses para fazer o ano valer a pena. 
Outubro, novembro e dezembro pra achar meus 306 meses perdidos.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Desilusão

Agradável, encantadora, adorável... é o que esperam.

Nunca é o suficiente. Nunca se contentam. Querem sempre mais e mais e mais. Mas não tem mais. 

E se não tem, se vão. Em busca, muitas vezes, do que já conhecem bem. Lançam mão do que não conseguem lidar e voltam para o menos. Repentinamente, não querem mais, querem menos... 

Previsível, choca, descartável... 

Fizeram tudo parecer colorido e levaram de mim os olhos, são muitas cores e formas mas não posso ver. Pintaram um mundo de esperança e esconderam a tela. Nada restou, só a lembrança.

Pernoitei no Jardim do Éden e acordei com a maçã na boca. Matei Adão e fugi do Paraíso. Pecado mais original não poderia haver. Fui condenada. Me dê o bote, não tenho mais nada a perder.

Durmo, acordo, trabalho, estudo, saio, tento me distrair... o tempo vai passando e eu ainda não me resolvi.

Fecha isso que já deu para ver o final que virá. Sozinha, deitada, a lágrima no olhar... Reprise de ontem, de antes de ontem, do mês passado, de três meses atrás. Só eu mesma posso redistribuir o que ficou. Dar sentido ao que restou.

E me perguntam o que aconteceu...

Nada demais não, só acho que não sou amável.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Sempre distante

Nem Platão foi tão platônico quanto eu sou. Ele se assustaria se me conhecesse... Tenho preferência e reverência pela distância. Vivo muito bem com o que está fora do meu alcance... 

Minha imaginação deveria ser objeto de estudo. O fantástico mundo de Aline funciona 24 horas por dia, a todo vapor! Minha verdeira vida se passa lá. E é lá é que sou dona da minha história. 

Quando estou de olhos bem fechados, nada me amedronta. Se eu estiver bem escondida, nada me atinge.

Foi sempre assim... e achei que conseguiria mudar isso, viver de outro jeito. Mas não, até quando estou perto, estou longe. Crio situações na minha cabeça e vou me resolvendo lá. Aqui, deixo tudo em stand by... Se for obrigada a viver o real, eu sofro.

Lá no imaginário também sofro, mas o final é sempre feliz! É o meu conto de fadas, o meu filme com final feliz, a minha novela mexicana.

Espero não perder nunca o meu refúgio. Aqui nunca me coube, preciso de ilusões para viver. 

Adeus vida real! Estou trocando de canal!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Pega ladrão!

Não te conheci e não pretendo conhecer... é pessoal e isso não vai mudar.

Agradeço por ter levado de mim todo o egoísmo, indiferença, grosseria, vaidade, críticas, desprezo, medo e machismo. Porém preciso lembrar que não pedi ajuda com nada disso. Mesmo porquê, colocou no mesmo pacote minha segurança, determinação, disciplina e carinho... não entendi! Passou, colocou num saco o que achou que era seu e se foi... 

Pensei em ir buscar de volta, mas não fui,  e quer saber porquê?? Porquê você nunca poderia levar tudo isso, se isso não estivesse disponível... e estava. Estava te esperando.

Não sei o que fez para isso... o que sei de você é que é o tipo de gente que ninguém quer conviver, sei que você não vale o sacrifício de te aguentar. E é por isso que essa situação não sai da minha cabeça. Como pode esse pacote estar esperando por algo tão insuportável?

Nem consigo acreditar que perdi para você. Sinto a depressão me pegar só de pensar nessa possibilidade.

Em alguns momentos fico feliz, essa bagagem era pesada demais, e eram coisas que não valiam o peso que tem, mas quando penso melhor, lembro que era tudo meu, estava nas minhas mãos. E o que é meu, eu tenho que jogar fora para alguém pegar e nunca alguém levar e depois eu achar que realmente deveria ter me livrado de toda a tralha. 

Sei que tenho minha parcela de culpa por ter perdido algo importante, sei que deveria ter tido mais cuidado, mais paciência com os acontecimentos. Deveria ter dado mais valor quando tudo estava por perto. Mas a gente erra e, por vezes, se arrepende quando já é tarde.

Terminarei de pagar minha fatura sem poder usufruir dos benefícios que tinha. Mas quero que saiba que sempre terei na cabeça um plano (falível) para te tirar de onde está. Me conheço bem e sei que não vou sossegar enquanto essa dívida não for paga. 

Não vou parar minha vida por isso, o que é meu, é meu. Deus sabe o que faz... são as linhas tortas que se encontram. Só lamento por você, sei bem que minha vitória já foi escrita.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Menininha

Pedi que ela se sentasse e ficasse bem quietinha, que não se intrometesse enquanto eu estivesse ali. Pela 1ª vez, ela me obedeceu. Ficou de longe vendo tudo. Acabei me esquecendo de que a tinha deixado lá, sentadinha no meio fio daquela praça. Quando me lembrei, já era tarde, voltei para buscá-la mas ela havia ido embora. Procurei por ela durante alguns meses e acho que ela não volta mais. Quis que ela ficasse longe porque ela poderia me atrapalhar, e realmente atrapalharia, mas agora que estou sozinha sei bem que ela me ajudaria. Com ela não existem certos sofrimentos, é prática... não me deixava pensar no que não vale a pena pensar, nem chorar pelo que não é pra chorar, nem sonhar com o que não é pra mim. Como sinto falta dela que tanto me prejudicou. Descobri que era ela que me defendia. Não tem mais volta, talvez já tenha morrido. Fui eu que escolhi deixá-la de lado, desejei durante anos que ela fosse embora e agora que ela foi não sei como viver. Só sabia viver do jeito dela. Ela não vai voltar e eu preciso aprender a viver sozinha. Preciso achar o meu jeito. Preciso fazer com que as coisas façam sentido. No fundo, não quero que ela volte... quero outra coisa.. 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Palavras de um futuro bom

Não era um dia comum. 

Abriu os olhos e se deparou com ela. Singela e sem grandes pretensões, ela veio sem que fosse esperada. Disse algo sem dizer nada. Mexeu com o que talvez quisesse deixar quieto. Chegou e trouxe com ela um sorriso amigável, uma vontade de dar continuidade, uma sensação boa.

Foi um sopro de esperança. Talvez seja apenas um sopro... mas não é o que queremos acreditar, estamos sempre esperando aquela luz que nos cega no fim do túnel... e talvez, essa luz seja assim fraquinha no início.

- Ah se soubesses do que é capaz... 

Fechou os olhos antes de levantar... queria sentir mais um pouquinho daquela alegria que lhe enchia o coração. Sabia que rapidinho isso passaria e por isso não queria desperdiçar nem um pouquinho. 

Deu-lhe um beijo e foi começar seu dia, de repente, passou... mas não totalmente. Ainda ficará guardada por um tempo. Ainda servirá para liberar lágrimas quando a saudade bater.

Serviu como mais um impulso...

Dias se passarão e estará a esperar por mais uma daquelas que nos fazem sorrir e achar que a vida será muito boa...

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Como tudo deve ser (?)

Essas últimas notícias de suicídio me fizeram pensar muito sobre a vida.

Como pode alguém perder a esperança a ponto de tirar sua vida? Como pode alguém pensar que não há mais nada para viver, mais nada para sonhar, mais nada para ser? Como pode alguém se sentir sozinho a ponto de achar que ninguém sentirá a sua falta?

E me pergunto de onde tiram essa coragem para deixar para trás tudo que foi construído... 

Me pergunto: qual o valor que a vida tem hoje? Alguns tiram a vida dos outros, outros tiram sua própria vida... e isso vem se tornando normal, daqui um tempo, vamos ouvir essas notícias e não vamos mais nos importar.

Qual o valor da sua vida??? Quanto a sua vida vale??? Pelo quê você morreria??? Pelo quê você se mataria???

Temos mesmo esse direito de desistir? Podemos mesmo abrir mão do único bem verdadeiro que temos?

O que sei é que a vida se torna cada dia mais pesada e se a gente não se policia, não fica em alerta o tempo todo, caímos e esquecemos como é que se levanta.

Todo dia temos inúmeros motivos para desistir. Tudo a nossa volta nos diz algo de negativo. Não tem jeito, as coisas estão cada vez piores, mas e você? Tem se deixado contaminar com o que há de ruim ou tem contaminado as coisas ruins com o seu jeito bom de ver a vida?

Confesso que não tenho visto o lado bom da vida nos últimos meses... tem acontecimentos que levam da gente a vontade de acreditar que as coisas um dia vão melhorar... Na verdade, sou muito fraca e isso faz com que os acontecimentos (bons ou ruins) atinjam a minha vida diretamente. Estou sempre a espera do milagre e quando ele não vem, costumo me culpar. Mas a culpa não é sempre minha... Tem coisas que fogem do nosso controle... 

Controle, palavra bonita que na prática é muito perigosa. Achar que está sempre no controle é perigoso. Nunca ter o controle de nada também é perigoso. Se controlar sempre a ponto de não fazer o que quer, perigosíssimo...

Até que ponto podemos controlar nosso destino? 

Se todas as áreas da sua vida estão ruins, algo deve ser feito. E tem gente que resolve acabar com tudo de uma vez, tem gente que tenta mais uma vez, tem gente que vai deixando as coisas acontecerem, tem gente que se esconde, tem gente que cria um personagem... 

Acredito que muitos hoje estão com toda a vida bagunçada, sem sentido... e me incluo aqui. E o que fazer? Tenho me agarrado ás pessoas que me amam e me querem bem... Graças a Deus tenho eles!!! Tem dias (quase todos) que não quero levantar da minha cama, mas lembro que minha família não merece isso, aí vou trabalhar mas também não é isso que quero, e me lembro que meus alunos e colegas de trabalho não merecem isso, aí não quero ver gente, não quero conversar, não quero sair, mas tenho amigos, e eles não merecem isso... E quer saber!? Quem não merece mesmo sou eu. Eu não mereço o tanto que tenho... e por isso não tenho o direito de desistir. Tenho muita gente que se importa e isso basta. Mesmo que, por vezes, me sinta sozinha e perdida, mesmo que eu queira logo o que não posso ter, mesmo que eu só chore... um dia vai passar, eu sei... lá no fundo eu ainda acredito que tudo vai ficar bem... e é nisso que estou presa.

"A vida corre pelas ruas numa busca sem sentido
Enquanto o mundo está em guerra por paz
Não me pergunte o que é que eu quero da vida
O que é que eu quero da vida, eu tenho sede de mais
A vida flui na sua loucura e o momento é decisivo
Mas agora estou confuso demais
Não me pergunte o que é que eu quero da vida
O que é que eu quero da vida, eu tenho sede de mais..."
 Tudo pro alto - Charlie Brown Jr

sábado, 7 de setembro de 2013

Não ter

- Me desculpe.

Não, eu não desculpo esse falso pedido. O pesar de saber que fez mal, mas que faria do mesmo jeito se tivesse uma nova oportunidade. O egoísmo de ter tentado suprir somente o seu problema, as suas dúvidas, a sua dor. A maneira de iludir e fazer com que o erro nunca estivesse do seu lado.

Eu nunca vou desculpar isso.

E me culparei ainda por bastante tempo por saber que sou a única responsável pela minha vida e pelo que permito entrar nela. Ainda hão de vir alguns finais de semana e muitas noites para me atormentarem com pensamentos desesperançosos. Ainda secarei as lágrimas escondida das pessoas que estão por perto. Meu corpo ainda gritará socorro aos médicos e eu marcarei consultas mesmo sabendo que farmácia nenhuma tem o remédio que preciso.

Isto está demorando muito dentro de mim e, deixo bem claro aqui, que não gosto nem um pouco dessa ideia. A vida está passando e eu carregando esse peso. E é por isso que eu não desculpo.

Sou imatura demais para desculpar. Agressiva demais para desculpar. Infeliz demais para desculpar. Sonhadora demais para desculpar. Ignorante demais para desculpar. Boba demais para desculpar. Sou muito eu... enfim sou eu... e eu não desculpo.

- Me desculpe.

Eu desculpo! Claro. Quem sou eu para negar a você uma simples palavra de consolo?! Mesmo que da boca pra fora, está desculpado. Olhe pra você, já tem a sentença que merece. Estará sempre atrelado nesse destino infeliz que lhe foi reservado. Preso e refém das escolhas e posturas erradas. Nunca conhecerá a verdadeira felicidade porque não consegue se abrir verdadeiramente a vida. Vá! E por favor, não volte mais.

- Me desculpe.

Não me lembro de nenhuma situação que devo desculpar... Me desculpe...

- Me desculpe.

domingo, 1 de setembro de 2013

Misturas soltas

Era sabor e dor. Medo, receio, pretexto. Sono ao acordar, insônia antes de dormir.

 Pés no chão, no ar, no mar. Grama, céu e movimento. 

Cais, porto, cinema, arma, dilema.

Era réu. Mel. Farol, destino, acaso, revolta.

Tempo, vento, doenças. Esperanças fantasiadas de desassossego.

Foi. Mensagens de texto, email, sinal de fumaça.

Olhos fechados, sempre muito fechados para nunca enxergar. Ver é sofrer. Queria amar. 

Querer...

Vi num dia ensolarado o mais triste dos naufrágios.

Rastejando, correndo, tentando. Longe, muito longe.

Distante do sempre e para sempre. Onde vais? Do que foges?

Sorri. Menti.

O lugar comum, o melhor lugar, lugar nenhum.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Setembro vem chegando!

Agosto: mês do desgosto, do mau agouro, do cachorro louco. É o que dizem... e em 2013 acabei comprovando essa crença.

Depois de muito bater com a cabeça na parede, decidi então deixar em agosto o que já é passado. Nada de carregar malas pesadas, a ideia agora é ser leve, ter leveza, simplificar.

O que esteve aqui até agora, não mais precisa estar e não mais precisa ser. São decisões difíceis porém extremamente necessárias.

Deixar ir o que vai para permitir que o que chega fique. Nada de chorar pelo que passou e pelo que não foi possível. Em setembro vou sorrir para atrair mais sorrisos.

As lágrimas vão secando aos poucos e aos poucos consigo perceber o quanto elas serviram para limpar, purificar e dar vida a minha vida.

Quero novos horizontes agora e para isso preciso de novos olhares.

Serei sempre grata a tudo aquilo que Deus permite que passe pela minha história, mas não posso e não serei refém do que não é bom para mim.

E  o que é bom de verdade para mim?

Só é suficientemente bom para estar na minha vida, aquilo que me faz sorrir sempre. O que me permite uma alegria verdadeira sem “grilos na cabeça e pulgas atrás das orelhas”.

sábado, 17 de agosto de 2013

9 anos/meses

Nove anos se passaram nesses nove meses. 

É bom olhar o tempo e ver o aprendizado que ele nos trás. É bom quando sabemos que precisamos seguir mesmo com vontade de ficar parados. É bom sentir um monte de coisas ruins e tristes, porque nada dura para sempre, tudo passa. 

Depois de nove meses nessa gestação conturbada, vejo nascida a pessoa que quero ser. Ainda pequenina e sem jeito ela me alegra com sua vontade de crescer. Aqui dentro ela esteve por muitos anos, mas faltava uma "ajudinha" para que ela começasse seu desenvolvimento. Agradeço por mais essa surpresa em minha vida. 

Em nove meses evoluí nove anos... 

Ela ainda escreve errado, pensa errado, lê errado, chora errado, sofre errado... é assim mesmo. Mais cedo ou mais tarde ela alcança a maturidade.

Nesses nove longos meses, saí dos dezesseis anos que tanto me prendiam. Não sou mais teen... 

Agora, nove anos mais velha, torço para que os próximos nove meses cuidem bem de mim. Que daqui pra frente eu caia menos, que eu aproveite mais, viva mais... Afinal de contas, já aprendi a andar, falar e me colocar de pé sozinha.

Na vida tudo é questão de escolhas e oportunidades, você pode escolher abrir ou fechar portas, entrar nessas portas ou só olhar de longe, pular janelas ou correr na direção contrária do que está ao seu alcance. Não importa o que você faça, você sempre estará indo de encontro com o seu destino. Querendo ou não encontrá-lo, todo caminho te leva para onde você deve estar.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Balanço 1º/2013

Perdi minha avó
Perdi a segurança
Perdi a vergonha
Perdi a vontade
Perdi o namorado
Perdi o rumo
Perdi a noção
Perdi a identidade
Perdi o voo
Perdi a esperança
Perdi o caminho de volta
Perdi o juízo
Perdi dinheiro...


Ganhei muitas coisas nos 7 primeiros meses desse ano, mas as perdas foram significativamente pesadas. Ainda não superei nenhuma delas. Estou farta de lágrimas e  melancolia. Sei bem que só eu posso mudar essa realidade. Mas preciso de uma mão. Quero mais que tudo sair dessa, o problema é que eu só conheço uma mão que pode me ajudar...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

03 de Julho


Um dia uma pessoa me fez acreditar que a vida era bonita, essa pessoa me ajudou a crescer, esteve comigo em TODOS os momentos da minha vida, me ensinou coisas que eu nunca esquecerei, fez meus dias terem sempre uma coisa nova, me encheu de presentes e surpresas, contou histórias, tirou fotos, cantou músicas, escolheu a dedo filmes e programas de tv, deu conselhos...

É claro que essa pessoa também me decepcionou e me fez chorar, mas isso faz parte da convivência diária, admiração e amor que partilhamos...

Com ele aprendi, na prática, que nem tudo são flores, que sempre temos um motivo para agradecer e que ninguém nesse mundo é de ferro.

Herdei dele o gosto pela leitura, pela tecnologia e pelo conhecimento. A ele devo minha paixão pela escrita, música, futebol e palhaçadas.

Somos metade iguais, metade contrários.

Hoje o dia é seu e a festa é nossa.

Quero que saiba que, por mais estranha e durona que eu possa ser, minha frieza e crueldade nunca serão maior que o respeito que sinto por você. Agradeço a oportunidade de tê-lo em minha vida e agradeço ainda mais por ser como é. Por mais que aponte seus defeitos, essa é apenas a maneira que sei de te mostrar que ainda acredito que você pode ir muito mais longe... Você é bem mais do que pode imaginar!

Desejo então, que Deus lhe dê coragem, ânimo e fé para prosseguir e se superar. Que todos os dias de sua vida, ao colocar a cabeça no travesseiro, adormeça na certeza de que foi além. Que seus motivos para sorrir sejam sempre maiores que os que tem para chorar e que os sonhos do seu coração se realizem no tempo de Deus.

Feliz Aniversário Pai!


A seguir, uma trilha sonora em sua homenagem... Algumas músicas que eu gosto e que sempre vão me lembrar você:




 











Obs: Não se preocupe! Quando eu tiver filhos, prometo que ouvirei  Mutantes, João Gilberto, Tom Jobim, Chico Buarque, João Bosco, Beatles, Demônios da Garoa, Cássia Eller e adjacentes... darei a eles a oportunidade de conhecer música de verdade...


domingo, 28 de abril de 2013

Leaving Babylon


Lá vem essa tal segunda feira batendo na porta outra vez... me deixa! Quero meu fim de semana de volta... quero uma vida mais leve... quero quintas, sextas, sábados e domingos felizes. Quero risos, abraços, carinhos, beijos e a certeza de que esse é o meu lugar pra sempre. Sai de mim infelicidade! Xô cansaço!

Cada dia mais me dou conta de que preciso descobrir qual é o caminho que me faz ser melhor, esse negócio de dar muitos passos na direção do nada já não me satisfaz mais. Percebo o quanto deixo de viver por não saber viver, por não ter coragem de seguir o que está dentro de mim.

É sempre assim: sonho, me empolgo, vou atrás, consigo o que quero, fico mega feliz, tudo é lindo... aí vem a realidade, as imperfeições, os problemas e os questionamentos... Canso, desanimo, me entrego, desisto! Sei que o mundo não é perfeito, só não aprendi a lidar com isso ainda.

Quando sonho em jogar tudo pro alto e começar do zero, fico com medo de me arrepender e ser tarde demais. Mas nunca é tarde demais para quem sabe onde quer ir. E é nesse ponto que me estagno. Não sei onde quero ir, não sei onde quero chegar. É tudo muito abstrato na minha cabeça. Sei que quero ser feliz! Como, onde, quando, com quem... não sei. Quero ser feliz e só.

Quero acordar com vontade de viver, dormir e conseguir descansar, ter motivos para sorrir durante o dia, ver as pessoas que gosto durante a semana... sei bem que temos que trabalhar e estudar e trabalhar mais e estudar mais e dar conta de tudo... mas não quero morrer por isso. Não quero morrer de trabalhar e nunca ter tido a chance de desfrutar de férias inesquecíveis. Não quero morrer de estudar e nunca ter conseguido fazer o que gosto. Não quero morrer e perceber que não fiz a minha vida valer a pena pra mim.

Sei que gosto do que faço e, por vezes, minhas reclamações soam vazias e agressivas. Mas também sei que gostar do que faço não é o suficiente, pois minha vida não pode se resumir ao meu trabalho.  Desde sempre venho priorizando o que eu deveria ser e não o que me faz mais completa, mais eu. O resultado desses anos atrás de dar conta das expectativas do mundo está aqui no meu corpo, no meu rosto, na minha cabeça. 

Não consigo me reconhecer porque essa não sou eu, não sou o que sonhei pra mim, não era pra ser assim. 

E as perguntas que nunca se calam dentro de mim são: Até quando eu vou viver assim? Por que eu nunca consigo fazer algo por mim? Por que eu sinto tanto medo?

Aprendi que tinha que agradar aos outros e mesmo sendo "a rebelde" estive o tempo todo tentando não fazer nada que fosse contrário ao que esperavam de mim... e hoje sinto o peso de querer ser sempre certinha. 

Só de escrever isso aqui já sinto os olhares repressores e as falas dos que acham que estou dramatizando. Dizem que exagero e que sou uma reclamona. Eles tem razão... o problema é que eu também tenho.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Agora é hora....


Não tenho muito a oferecer, apenas alguns rabiscos e risos. Alguns dias terei lágrimas e silêncio, em outros um pouco de sonho e desesperança. Sei bem que não é muito, sei bem que não é o suficiente sempre... Devo dizer que é pouco se olhado por fora, mas aqui dentro é muito, é tanto que nem sei se é possível mensurar. Mostrar só o mínimo é arriscado, mas não é tão ruim quanto parece... o pouco é o que todos veem, quem olha direito, verá muito mais, verá o que não é de todo mundo, verá o que está guardado esperando quem interessa chegar. E já está na hora, está tudo pronto! Já estou aqui, já me resolvi. Já está escrito e registrado, não tem mais volta. Tenho aqui uma certeza de que é isso e um medinho dessa certeza ser apenas meu eu dizendo que quer muito, quer tanto que nem consegue pensar em outras possibilidades. Vou me permitir errar e acertar. Vou me permitir fazer o que quero.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Agora não falta ninguém...


Acordei mais uma vez fora do horário. Já sabia que o ônibus ia demorar e o trânsito não ajudaria. Vi o mundo se movimentando pela janela e senti que minha vida precisava de uma pausa. Resolvi não me levantar. Deixei o cansaço me levar e só abri os olhos quando a fome bateu. Cheirinho de café novo com leite frio e um pãozinho quentinho, não preciso de mais nada! Me animei! Liguei o rádio e todas as músicas faziam sentido. O sol estava encorajador. Me vesti e saí para trabalhar, mesmo muito atrasada. Meu dia estava sorrindo para mim... Entrei no ônibus e lembrei quem eu era e qual a vida que eu levava. Será que vale mesmo a pena se enganar nessa (falsa) felicidade abstrata? Desci bem antes de onde deveria... Percebi que merecia conhecer outro eu, então eu fui...

quinta-feira, 14 de março de 2013

Lágrimas

Elas estão aqui outra vez e hoje eu sei o porquê. Lembra daquele coração de gelo? Ele está derretendo aos poucos. O aquecimento global vem destruindo padrões antigos. De um lado da geleira o vulcão despertou, do outro lado, um furacão. A geleira está quase extinta e foi pega por um tsunami. A água subiu e ficou notável. Fogo, água, pedra, vento... tudo num mesmo espaço. Fenômenos que ficaram adormecidos por anos. 

Toda uma vida num campo minado fez com que o soldado não mais confiasse no chão que pisa. Maldito chão que trai os pés que o massageia. 

No chão da minha vida venho enterrando gente que ainda não morreu. No céu da minha estrada vejo estrelas que nunca poderei tocar. No mar de toda essa angústia afogo meus dias por não saber nadar.

sexta-feira, 8 de março de 2013

O galo cantou cedo, mal o dia raiou e o cotidiano já estava a me engolir.

A labuta me levou a buscar mais cansaço. O dia caiu junto com o meu ânimo. Pedi ao céu que o encontro com meu travesseiro chegasse logo.

A lua já pensava em se despedir quando um amarelo solar desceu aquela rua.

Esperei muito tempo por ele e nem pensei meia vez antes de entrar com tudo nessa viagem. Até tentei me esquivar, olhei o mundo e minha vida passar pela janela. Precisava tomar uma atitude... Coloquei-me de pé, mudei o olhar, sorri... e a minha alma então dançou leve e docemente no meu coração. Descobri que havia algo em mim, algo de bom!

E quando o sol voltou ao céu, as nuvens já não estavam mais lá. A vida agora se passava em outro lugar. A realidade virou um sonho bom e esperar por palavras jogadas ao vento se tornou o motivo para sair da cama pela manhã.

Um dia abri os olhos e lá estava... a estranheza mais comum e a normalidade mais estranha de todos os tempos... E quanto tempo... Tanto tempo e tão pouco tempo...

E no seu tempo as portas vão se abrindo, a vida se encontrando, os caminhos surgindo e o destino se moldando... No meu tempo e no seu tempo formando, sem pressa, o nosso tempo.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Forte

 Olha o fundo do poço aqui de novo! Dessa vez nem percebi que caí. Cada dia é mais difícil. Me sinto num beco sem saída. Quero mais que tudo sair dessa, mudar de uma vez por todas, mas continuo presa. Por quê? O que é que eu estou fazendo de errado? Isso está me corroendo. Sei que nunca conseguirei ser perfeita. Sei que a vida também nunca será perfeita... O que eu quero é uma chance de dar certo. Eu não estou mais culpando ninguém por nada, entendam isso. A questão é que eu não suporto mais. Minha vida não é a vida que eu sempre quis e o que há de bom eu estou destruindo... Permita que eu seja diferente. Preciso que me vejam com bons olhos. Preciso seguir. Ninguém entende os motivos disso me doer tanto (e eu também não entendo)... Só quero me ver de um jeito diferente. Parem de me olhar com os olhos viciados no que eu sempre fui. Vejam o que eu venho construindo lentamente. Construam comigo meu novo forte.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O que é que tem?

As noites escuras não trazem mais tanto medo. Os erros já podem ser corrigidos. O passado já não importa mais. O sorriso é certo. As mãos não estão sozinhas. Os pés sabem para onde ir. Sol ou chuva, tanto faz. Cinema, praça, comida, telefone... E aqui estou eu! Continuo querendo férias, descanso, dinheiro e paz. Continuo querendo ser eu. Continuo sonhando. Sonhos novos. Velhos desafios repaginados. Sinto que encontrei meu lugar. Mas ainda preciso ir embora. Penso em como tudo ainda vai melhorar. Verdades renovadas. Momentos eternizados. Coração desacelerado. Tranquilidade. Um pouco de stress às vezes. Um nervosismo de leve. Calar. Falar. Ser. Viver. Querer. Esquecer. Se perder. Esperar. Descontrolar.
Estou abrindo o jogo. Sem disfarces...

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Piedade

Várias coisas ficam rodando na minha cabeça. E me pego pensando na superficialidade dos meus relacionamentos. Penso em como a sociedade em que vivemos nos faz indiferentes às nossas vontades. Vai o tempo, vai a vida... e nós ficamos. Esperamos demais, somos de menos. Barreiras, desculpas, motivos... tanto faz. A verdade é que estamos fadados a viver o que tem que ser vivido e não o que queremos viver. É possível viver o que acreditamos, só é mais difícil. O custo é alto e nem sempre seremos compreendidos. Mas, qual é o preço que se paga para viver sem ser? Qual o custo de se anular? De um tempo pra cá e hoje ainda mais, percebo que não é isso que quero para mim. Só não consegui, ainda, fazer as coisas do jeito que acho melhor. Ainda tenho muito medo de me desprender. Sou bicho do mato criado na cidade grande, arisco. Medonho e medroso. Minha característica mais marcante foi, durante muito tempo, a frieza. Fria para falar, cuspia pedras nos ouvidos alheios. Fria para escrever, riscava rispidez em todos papéis que apareciam perto de mim. Fria para agir, feria tudo e qualquer coisa que vinha ao meu encontro. Fria para sentir, dilacerei meu coração inúmeras vezes. Rude, cruel e indiferente machuquei e fui machucada tanto que nem sei mais contar... E esse meu coração destroçado, hoje, bate apertado. Dolorido, finge estar bem. Sofrido, tenta disfarçar, distrair, fugir daqui de dentro. Não posso mais seguir assim. Já vi que não dá certo ser o que o mundo espera de mim. E o que é que eu espero? O tempo está descendo pelo ralo sem nem mesmo molhar meus pés. E eu continuo aqui, sentada, vendo a vida se despedir. Só querer mudar é muito pouco. Preciso agir. E tem que ser rápido! O cortejo já passou e não há mais o que saudar. O que foi, não volta mais, é só saudade. O que virá, chegará aos berros. Muito mais rápido e dolorido do que possamos imaginar. Mude! Saia já daí! Acorde! Assuma! Sou gente. Gente que sente, gente que sofre, gente que ama. Sou gente de bem. Gente que quer justiça. Gente que espera ouvir pedidos de desculpa de quem a fez mal. Gente que precisa aprender a perdoar (os outros e a si mesma). Gente que sonha.
Gente, me salvem disso aqui!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ordinariamente

Me sinto medíocre. Não consigo alinhar meus ideais às minhas minhas atitudes. Estou me expondo ao ridículo e preciso (urgente!) achar uma saída. Gostar do que se faz, não necessariamente significa saber fazer. Ter interesse pelo que se faz, não obrigatoriamente é o mesmo que estar motivado a fazer. Quando precisamos mudar drasticamente a finalidade para que trabalhamos, é porque chegou a hora de ser audaz. Ou você (re)encontra o sentido daquilo que  está fazendo e/ou onde faz, ou vai procurar sentido no que ainda não conhece. Assumir essa verdade é angustiante e pode trazer uma sensação de derrota. Não posso me deixar abater, toda e qualquer força será necessária nessa hora. Percebo que as coisas vão acontecendo e nossa vida vai nos amarrando pouco a pouco no nosso destino. Talvez, por isso seja tão difícil mudar. A medida que tentamos nos soltar, sentimos as cordas invisíveis puxando e incomodando alguma parte de nós. A corda pode estar no nosso orgulho, no nosso bolso, no nosso sonho, na expectativa do outro, no medo da mudança, na preguiça de recomeçar, no comodismo... Ter uma visão crítica de si mesmo tende a ser perigoso. A questão é delicada porque, muitas vezes, não sabemos dosar e direcionar essa crítica. Olhar por dentro da situação faz com que nos fechemos. Estou me perdendo em mim. Corro o risco de voltar a estaca zero...