Estou me segurando para não revelar o que todo mundo já sabe. Preciso de um pouco mais de tempo para ter a certeza de que isso não é só um palpite do acaso.
Minha cabeça fica a mil, presa sempre nas mesmas questões. Todas as noites fecho os olhos e rapidinho chego no futuro. Aquele futuro prometido e tão esperado.
Os personagens, confusos se perdem , vão e voltam sem avisar. As falas ensaiadas são sempre as mesmas, as vozes que as proferem é que mudam com frequência.
Minha intenção é de deixar que as falas sejam diferentes, mas ditas sempre pela mesma voz. Acho que pode dar certo.
Ensaiar uma nova peça inspirada nos pensamentos recorrentes será a nova terapia.
Até o dia da estréia estarei segura. Se tudo correr bem, saio da periferia da ficção e vou viver o resto dos meus dias na Ilha da Realidade.
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