segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Procurando Ninguém

Depois de mergulhar no Mar Vermelho resolvi fazer algo diferente. Decidi me colocar de frente com minhas escolhas, mas não com as que fiz, com as que deixei de lado. Percebi o quão passiva sou com a minha vida. Não me levo a sério. Deixei que as pessoas me  moldassem durante muito tempo e agora  consigo perceber as marcas que isso me trouxe.

Eles nunca assumirão os brasões que me queimaram, por um lado sinto raiva de cada um por ter me tornado um pouco pior, mas se exercitar minha honestidade posso perceber que eu me deixei queimar. Fui eu quem passou o tempo todo expondo meu corpo e implorando para que me dessem algo.

Já é tempo de deixar as mazelas de lado. Ninguém vai assumir as minhas marcas. Ninguém vai chorar minhas lágrimas. (Já falei sobre isso aqui no blog... talvez até com essas mesmas palavras...)

Claro que escrever sobre isso é bem mais fácil do que colocar toda essa abstração em prática. Só não posso me dar por vencida mais uma vez.

Me escute: Não será mais difícil do que tudo que você tem sentido nos últimos tempos. Se permita ir mais fundo nesse mar, se nada der certo, não se preocupe, as ondas vão e vem e vem e vão sempre... Seja mais você!

Seja você apesar do outro, dos olhares, julgamentos, expectativas. Quem é você? Você sabe?

Pensando em mim, pensei no tanto que é fútil  estar sempre pensando no meu corpo, suas medidas, roupas, espinhas, unha, cabelo, peso...

Mas aí me lembrei do tanto que neguei tudo isso durante a minha vida. Nunca me aceitei. Fui sempre a mais gordinha, do dente separado, desengonçada, com o cabelo escorrido, olhos pequenos, queixo redondo, perna gorda, canela grossa, bração...

Absorvi isso durante anos e fiz disso minha verdade absoluta. Assim como sempre me considerei a bruxa, feia, cruel, sem educação, arrogante e infeliz.

Não posso viver mais 24 anos assim.

Passou da hora de dar um basta nisso tudo. Preciso comprar um espelho novo e começar do zero. Descartar tudo que sei sobre mim e deixar vir de dentro só o que não foi contaminado. 

(Quero deixar bem claro que, quem se deixou ferir e contaminar fui eu. Não, necessariamente, essa era a intenção de quem estava comigo. Muitas vezes uma coisa interpretada de maneira errada fica guardada e quem disse ou fez, nunca saberá que marcou tanto o outro.)

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