quarta-feira, 2 de março de 2011

Fragmentos

Chuva na janela, fome na cozinha e frio na cama.
Cada pedaço dessa ausência me chama.
Não é tristeza nem alegria nem amor.
É só uma falta imensa, uma dor.

Tem cheiro de cigarro, medo de raio e fobia de elevador.
Anda sempre cansado, desesperado, sem valor.
Não tem voz nem lembrança.
Se esqueceu até daquela dança.

Mais a frente ele se encontra.
Sempre desconfiado e sem muita esperança.
Não sabe conversar.
Se defende mesmo sem precisar.

Vão embora então.
Todos vocês.
Ninguém precisa do não, do chão do vão.
Procurem outro freguês.

A luz já está para clarear.
O sol vai esquentar.

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