Permiti que as coisas que se passam dentro de mim tomassem forma no papel, os traços de grafite representavam os rabiscos do meu coração. Vi tudo jogado naquela mesa e ao reler o que escrevi, tive medo de ser entendida, de ter sido clara a ponto de não deixar dúvidas.
Queria ser racional para falar de sentimentos. Queria, antes de escrever, saber o que pensa. Covarde! Mais uma vez me escondendo. Que deficiência é essa que me impede de prosseguir, de superar, de me perdoar?
O que sinto independe do sentimento alheio. Não estou condicionada a gostar de quem gosta de mim ou gostar na mesma medida que o outro. Não existe uniformidade quando se trata de sentimentos. Talvez não exista nem certeza. Mas, se a certeza não te acompanha, também não quer dizer que ela não exista...
A dúvida é hóspede constante da razão. Ela age, ora como defesa, ora como covardia. Quem duvida se protege da chuva e, por vezes, perde a graça de se molhar.
Sofra, mas viva. Quando se molhar, sorria.
A verdade gosta de brincar de esconde esconde, aparece quando a coragem está presente e some quando o medo nos invade.
Para que tanta sombrinha se o que queremos de verdade é uma oportunidade para lavar a alma?
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