terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Uma partida de futebol

Preciso dessa convivência para saber o que está acontecendo. Não tenho certeza de nada e acabo embolando meu meio de campo. Estou esperando que o juiz dessa partida me expulse pelas minhas inúmeras faltas, mas parece que isso vai demorar. Não há marcação que me segure. Passo longe da banheira, é na frente do gol que dá para perceber o tamanho da nossa mediocridade.

De repente, percebo que o que eu mais queria era não ter saído do banco e quando lembro que é do banco que saem as substituições, desejo loucamente a arquibancada: o anonimato do público.

Juntando minha voz a voz da multidão, poderia rir e chorar sem grandes julgamentos, vibrar e sofrer sem culpa e medo. O lado de lá é mais confortável, basta escolher para qual time torcer.

Acordei dos meus pensamentos e a bola estava no meu pé. Tive a chance de fazer o gol, mas preferi jogar essa oportunidade fora, bem longe do esperado. A bola se foi e eu ouvi vaias e insultos. Não me queriam mais ali, mas ninguém me tirou de lá. Fiquei. Mais 20 minutos de agonia até que a bola voltou para os meus pés. Não queria decepcionar todas aquelas pessoas... Fui com tudo, resolvi não me decepcionar.

Fiz o gol que tanto sonhava... contra.

Fui, mais uma vez, vaiada e alguns companheiros de time tentaram me agredir. Fui tirada dali pela polícia, escoltada até o vestiário, me troquei e encerrei minha carreira feliz, ciente de que preciso me agradar primeiro para depois, se for possível, agradar os outros.

2 comentários:

  1. Quanta inspiracao!!
    Feliz eh voce que ao menos tem uma torcida que possa aplaudir ou vaiar. Nada melhor do que termos a possibilidade de escolha em nossas maos. Eh nobre fazer algo chato em busca de agradar nao apenas o nosso proprio nariz. Quem sabe voce nao muda de ideia e vem jogar no meu time? Nele nao jogamos as tercas feiras, elas sao horriveis.

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