segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Piedade

Várias coisas ficam rodando na minha cabeça. E me pego pensando na superficialidade dos meus relacionamentos. Penso em como a sociedade em que vivemos nos faz indiferentes às nossas vontades. Vai o tempo, vai a vida... e nós ficamos. Esperamos demais, somos de menos. Barreiras, desculpas, motivos... tanto faz. A verdade é que estamos fadados a viver o que tem que ser vivido e não o que queremos viver. É possível viver o que acreditamos, só é mais difícil. O custo é alto e nem sempre seremos compreendidos. Mas, qual é o preço que se paga para viver sem ser? Qual o custo de se anular? De um tempo pra cá e hoje ainda mais, percebo que não é isso que quero para mim. Só não consegui, ainda, fazer as coisas do jeito que acho melhor. Ainda tenho muito medo de me desprender. Sou bicho do mato criado na cidade grande, arisco. Medonho e medroso. Minha característica mais marcante foi, durante muito tempo, a frieza. Fria para falar, cuspia pedras nos ouvidos alheios. Fria para escrever, riscava rispidez em todos papéis que apareciam perto de mim. Fria para agir, feria tudo e qualquer coisa que vinha ao meu encontro. Fria para sentir, dilacerei meu coração inúmeras vezes. Rude, cruel e indiferente machuquei e fui machucada tanto que nem sei mais contar... E esse meu coração destroçado, hoje, bate apertado. Dolorido, finge estar bem. Sofrido, tenta disfarçar, distrair, fugir daqui de dentro. Não posso mais seguir assim. Já vi que não dá certo ser o que o mundo espera de mim. E o que é que eu espero? O tempo está descendo pelo ralo sem nem mesmo molhar meus pés. E eu continuo aqui, sentada, vendo a vida se despedir. Só querer mudar é muito pouco. Preciso agir. E tem que ser rápido! O cortejo já passou e não há mais o que saudar. O que foi, não volta mais, é só saudade. O que virá, chegará aos berros. Muito mais rápido e dolorido do que possamos imaginar. Mude! Saia já daí! Acorde! Assuma! Sou gente. Gente que sente, gente que sofre, gente que ama. Sou gente de bem. Gente que quer justiça. Gente que espera ouvir pedidos de desculpa de quem a fez mal. Gente que precisa aprender a perdoar (os outros e a si mesma). Gente que sonha.
Gente, me salvem disso aqui!

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