Nunca é o suficiente. Nunca se contentam. Querem sempre mais e mais e mais. Mas não tem mais.
E se não tem, se vão. Em busca, muitas vezes, do que já conhecem bem. Lançam mão do que não conseguem lidar e voltam para o menos. Repentinamente, não querem mais, querem menos...
Previsível, choca, descartável...
Fizeram tudo parecer colorido e levaram de mim os olhos, são muitas cores e formas mas não posso ver. Pintaram um mundo de esperança e esconderam a tela. Nada restou, só a lembrança.
Pernoitei no Jardim do Éden e acordei com a maçã na boca. Matei Adão e fugi do Paraíso. Pecado mais original não poderia haver. Fui condenada. Me dê o bote, não tenho mais nada a perder.
Durmo, acordo, trabalho, estudo, saio, tento me distrair... o tempo vai passando e eu ainda não me resolvi.
Fecha isso que já deu para ver o final que virá. Sozinha, deitada, a lágrima no olhar... Reprise de ontem, de antes de ontem, do mês passado, de três meses atrás. Só eu mesma posso redistribuir o que ficou. Dar sentido ao que restou.
E me perguntam o que aconteceu...
Nada demais não, só acho que não sou amável.
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